Você já ouviu falar em "bens comuns" ou "comuns"?
Segundo Christophe Aguilton (2020, p. 72): "Os comuns são um modo particular de relação social com os bens materiais ou imateriais. Elementos naturais, como a água e o ar, existem como tais, e só se convertem em comuns quando uma comunidade humana administra suas relações com esses elementos de maneira coletiva".
Ainda segundo o autor "os comuns vêm da Inglaterra medieval, onde os agricultores tiveram acesso a áreas de domínio senhorial", todavia, situações parecidas ocorriam em várias sociedades pré-capitalistas de diferentes partes do mundo, especialmente nas comunidades indígenas que consideram, por exemplo, a natureza como morada, como mãe, com a qual devem conviver e cuidar.
Para Aguilton os comuns são uma resposta à privatização generalizada promovida pelo processo de globalização neoliberal, mas também à ineficaz gestão realizada pelo Estado que, em muitos casos, assemelha-se às multinacionais. Os comuns são, portanto, uma alternativa não só ao privado, mas ao público estatal (e é por isso que não se pode confundir bens comuns com bens públicos!).
Os comuns envolvem mais uma gestão e cuidado direto da comunidade, propondo não só a valorização da democracia participativa, mas de um diferente relacionamento para com o que se considera de cuidado comum, a exemplo da natureza.
FONTE:
Aguiton, Christophe. Os bens comuns. In: SOLÓN, Pablo. Alternativas sistêmicas. Editora Elefante. Edição do Kindle, 2020, p. 72
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